Perder-te não estava nos meus planos - 24ºParte

Estávamos numa brincadeira pegada, já não conseguiamos manter o ar sério. Cada coisa que diziamos era seguido duma risada total, chegamos a rir do Osis conseguir estar a dormir com o barulho que estávamos a fazer. Coisa sem graça alguma, mas a felicidade de estarmos juntos era o maior motivo que nós podiam dar para sermos felizes e a partir daí tudo ganhava nova cor.
Beijei-te. Já não estava a aguentar mais. Estavas tão perto que o desejo apoderou-se de mim de tal forma que até a mim me surpreendeu.
'Olha acho que ainda não te agredeci por estes dias.'
'Não sejas parvinho, sabes bem que não tens de agredecer coisa nenhuma Duarte. Se o fiz foi porque te amo mais que tu possas imaginar.'
'Depois desta tua atitude, nem sabes o quanto me sinto sortudo por te ter ao meu lado, acredita.'
'Não digas isso. Qualquer pessoa faria o mesmo pela pessoa que ama, acho eu.'
'Sim, mas eu não quero saber das outras pessoas, quero saber de ti, de mim, mas principalmente de nós.'
'Quanto a isso não te preocupes, eu vou estar ao teu lado em tudo, e sei que tu também vais estar ao meu.'
'E nem te atrevas a duvidar disso miúda..E eu gosto mesmo de ti. Chega aqui.'
E eu fui. Sentei-me ao colo dele.
'Agora falo eu. Se estávamos a falar de sorte, sou eu que a tenho. Já viste? Já passámos por tanta coisa. Já te magoei, já te desiludi, já te dei motivos para não quereres olhar sequer para a minha cara, e mesmo assim tu continuaste ao meu lado. Perdoaste-me, confias-te em mim, e deste-me mais uma oportunidade para estar contigo. Desculpa, mas então quem tem sorte aqui, sou eu.'
'Pois, mas eu só o fiz porque acredito em nós, mas principalmente acredito em ti. Quem é que nunca errou? Quem é que nunca disse coisas de cabeça quente? Ninguém. Então, não penses mais nisso. E sabes que mais? Não me importava nada de passar por tudo outra vez.'
'Oh Duarte, tu caiste do céu só pode. Hoje em dia nenhum rapaz é assim. Tenho mesmo orgulho em ti.'
'Não é nada disso. Simplesmente não brinco com sentimentos. Tenho uma má experiência com brincadeiras desses género.'
'Desculpa amor, não queria chegar ao assunto do teu pai.'
'Não há assunto, e eu não tenho pai. O que ele fez não se faz a ninguém, muito menos à mulher dele, supostamente a mulher que ele mais amava.'
'Não digas isso Duarte. Ele é teu pai. Acabas-te de dizer que toda a gente erra!'
'Sim, mas o que ele fez no ponto de vista dele, não foi um erro, e tenho a certeza que não foi obrigado a fazer nada. Ele traiu a minha mãe porque quis, enganou-a durante anos e depois abandonou-a! E isto não se chama agir de cabeça quente, chama-se sim cobardia.'
'Eu não estou a defendê-lo, mas só acho que não devias cortar relações com ele. Quer queiras quer não, é teu pai.'
'Não não é. Para mim nunca existiu pai, e vai continuar a não existir.'
'Então vamos mudar de assunto por favor, não quero remexer em coisas do teu passado.'
'Desculpa, fui um bocado bruto. Mas este assunto deixa-me revoltado.'
'Amor, sabes que podes desabafar comigo.'
'Eu sei, mas não quero falar mais nisto pode ser?'
'Claro, vamos masé jantar.'

(...)