Perder-te não estava nos meus planos - 23ºParte

Abri a porta do teu quarto e o meu coração começou a bater a mais de mil. Sentei-me na cama e agarrei uma almofada que andava lá por cima.
'Gosto de estar aqui.'
'Ai sim? Pois ficas a saber que eu adoro que estejas aqui miúda.'
'Posso ficar hoje aqui contigo?'
'Epá dessa é que eu não estava à espera, normalmente quem faz essas perguntas sou eu.'
'Oh 'tá' bem, não queres que fique, não é? Pronto eu vou-me embora.' E dito isto levanto-me da cama em direcção à porta, até que sou interrompida pelo teu puxão, que me faz ficar frente a frente contigo.
'Mas aonde é que tu pensas que vais, hein?'
'Embora.' E desato a rir,é claro que não me ia embora. E a partir daí metemo-nos numa brincadeira pegada.
'Desculpa, mas hoje já não sais daqui.'
'Ai é, vais-me deixar aqui à fome?'
'Hum, espera vou pensar.' E seguiram-se 20 segundos de silêncio. 'Tens de me convencer para eu te deixar sair, se não olha, ficas aqui.'
'Ai é? Está bem então.'
Começo a ajeitar-me e a pôr-me em posição de implorar, ajoelho-me, e em tom teatral digo:
'Oh senhor! Tende piedade desta pobre rapariga que implora para sair e alimentar-se um pouquinho!'
'Hum, está fraquito.'
'Oh estúpido, não está nada! Fui bastante convincente.'
'Tens de te esforçar, não cedo assim tão facilmente.'
'Olha que eu vou à janela gritar que tu não me deixas sair!'
'Ai isso é que não vais!' 
E não fui mesmo, mais uma vez fui impedida, já que novamente fui puxada e, desta vez fiquei coladinha a ti.
'Vá agora já estás mais perto do mal feitor, que não se importa nada de te agarrar, podes implorar melhor.'
'Ai sim? Desculpa não estou a perceber o que o senhor quer dizer..' É claro que estava, mas não ia dar-me por vencida.
'Ai, não estou mesmo a perceber, pode-me esclarecer o que pretende?'
'Não, vai ter de chegar lá sozinha.'
'Oh que chatice, então parece que vamos ficar assim coladinhos a noite toda.'

 (...)