Perder-te não estava nos meus planos - 17ºParte

Bem, quando cheguei ao lugar elas ainda dormiam. Não tive coragem de as acordar, se bem que era o que me apetecia fazer porque queria tudo menos estar sozinha sem ninguém com quem falar, mas não fui egoísta e deixei-as acordar por si mesmas.
Entretanto mal eu tinha acabado de me sentar a enfermeira, fez sinal para que eu chegasse perto dela, e eu lá fui.
'Então como é que ele está?'
'Bem, o teu amigo continua inconsciente.'
Fiquei a pensar: amigo? Bem a senhora não dá uma prá caixa, mas ok ela não tinha de saber que eu não era apenas amiga, mas xiça tudo o que ela dizia me irritava.
'Mas porque é que ele está assim há tanto tempo?'
'Isso já não te sei dizer querida.'
Fiz-lhe uma cara do género: 'Está a gozar comigo, não está?' E acho que ela percebeu.
'Queres que eu me vá informar sobre isso?'
'Pois, se não se importar.'
'Vou ali falar com o médico, dá-me dois minutos.'

Bem dei-lhe 2, dei-lhe 3, dei-lhe 5, dei-lhe 10 e nada de enfermeira.

Voltou finalmente.

'Então e agora já me sabe dizer?'
'Bem querida, o médico disse-me que o teu amigo ainda não acordou, devido à violência com que bateu no chão com a cabeça.'
Acho que fiquei branca, porque:
'Estás bem? Ficas-te tão branca derrepente.'
"Violência...chão..cabeça", não dei conta que os meus pensamentos se tornaram audiveis, porque literalmente as palavras da enfemeira ficaram a ecoar na minha cabeça.
'Sim, foi isso que eu disse.'
'Calma, diga-me sinceramente, ele pode ficar assim muito mais tempo?'
'Queres dizer, ficar em coma?'
'Pois, não queria ser tão radical mas sim, isso.'
'Bem querida...(hesitou)'
Credo, coma, não, não pode ser, foi o meu único pensamento.
'Pode?'
(...)