Perder-te não estava nos meus planos - 15ºParte

'Joana, inconsciente, sabes o que isso é?!'

'Sei, mas ele vai acordar não tarde nada, aposto.'

'Quero tanto ve-lo.'

'Espera mais um bocado, sabes como é que são os hospitais, uma tremenda confusão.'

'Foram ver se sabem novidades dele, a enfermeira já nos vem dizer qualquer coisa.' Disse a tua mãe, enquanto chegava ao pé de nós.

E veio mesmo, assim que se aproximou de nós, levantamo-nos as três das cadeiras.

'Então?'

'Está estável, mas ainda não acordou.'

'E podemos ir ve-lo?'

'Sim, mas só uma pessoa.'

'Oh por favor senhora enfermeira, deixe-nos ir só lá espreitá-lo.' Disse eu, instintivamente.

'Prometem que é rápido?'

'Sim, muito rápido.'

'Vão lá então, mas uma de cada vez e não demorem. Está no quarto 210.'

'Muito obrigada' E desatamos as três a correr pelo corredor a dentro.

'Vá a Dona Ana, primeiro. Nós vamos depois.'

'Está bem querida, obrigada, eu não demoro.'

Entrou e em menos de 5 minutos estava cá fora.

Entrei eu.

O meu coração ficou-me nas mãos. Assim que entrei deparei-me contigo ligado a máquinas que apitavam por todos os lados e ainda por cima estavas a soro.

'Oh meu Deus,Duarte.O que é que te fizeram?' Mas claro, foi definitivamente uma pergunta sem resposta, a única coisa que ouvi foi o 'pi' da máquina.
Aproximei-me, e sentei-me na cama onde estavas deitado. Peguei-te na mão e passei-a pela minha cara. Precisava de te sentir. Precisava de ouvir a tua voz. Precisava de ti.

'Acorda Duarte, por favor.'

Fiz-te uma festinha no cabelo.

'Estou lá fora à tua espera.' Beijei-te, mas os teus lábios não reagiram. Acho que na altura pensei que pudesses ser o meu 'Branco de Neve'.

Saí, e disse a Joana que podia entrar.

Esteve lá dentro 2 minutos e saiu.

'Então já está? Tão rápida.'

'Ah sim, disse-lhe só para ele acordar e claro tirei-lhe uma fotografia.'

'Uma fotografia, Joana?

'Claro, ele vai gostar de se ver ligado a máquinas'

'Ah sim sim, não dúvido.'

(...)